Soneto
É penitente a febre com que escrevo
Na madrugada insone de euforia.
Queimando a superfície em letra esguia
O punho corre no papel longevo.
Palavra após palavra forma um trevo
Cruzando alma inflamada e mente fria,
Bravo furor e plácida harmonia,
O que devo escrever e o que não devo.
Procuro imaginar o som do vento.
Caminha o tempo relutante e lento
Enquanto em devaneio fico imerso.
Suaves são a noite e o pensamento
No abismo de silêncio onde eu tento
Criar das próprias mãos outro universo.
Na madrugada insone de euforia.
Queimando a superfície em letra esguia
O punho corre no papel longevo.
Palavra após palavra forma um trevo
Cruzando alma inflamada e mente fria,
Bravo furor e plácida harmonia,
O que devo escrever e o que não devo.
Procuro imaginar o som do vento.
Caminha o tempo relutante e lento
Enquanto em devaneio fico imerso.
Suaves são a noite e o pensamento
No abismo de silêncio onde eu tento
Criar das próprias mãos outro universo.