Sociedade das Almas Perdidas

Ultimamente não se vê por aí seres humanos; o que encontramos nas vastas terras são os profanos, habitantes das alturas de ferro, e fantoches, trancados nos quartos escuros por trás das cortinas que não querem remover. O que resta, então, são os hereges, as almas perdidas, rondando nos exterior das torres, em derredor do imenso campo enevoado. Onde estão as fronteiras? Onde está o limite? Quando se chega ao além, ao incognoscível?

Minha foto
Nome:
Local: Belém, Pará, Brazil

segunda-feira, abril 11, 2011

Soneto

É penitente a febre com que escrevo
Na madrugada insone de euforia.
Queimando a superfície em letra esguia
O punho corre no papel longevo.

Palavra após palavra forma um trevo
Cruzando alma inflamada e mente fria,
Bravo furor e plácida harmonia,
O que devo escrever e o que não devo.

Procuro imaginar o som do vento.
Caminha o tempo relutante e lento
Enquanto em devaneio fico imerso.

Suaves são a noite e o pensamento
No abismo de silêncio onde eu tento
Criar das próprias mãos outro universo.