Sociedade das Almas Perdidas

Ultimamente não se vê por aí seres humanos; o que encontramos nas vastas terras são os profanos, habitantes das alturas de ferro, e fantoches, trancados nos quartos escuros por trás das cortinas que não querem remover. O que resta, então, são os hereges, as almas perdidas, rondando nos exterior das torres, em derredor do imenso campo enevoado. Onde estão as fronteiras? Onde está o limite? Quando se chega ao além, ao incognoscível?

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Local: Belém, Pará, Brazil

segunda-feira, maio 31, 2004

Sonho Desvanecido

Quem nunca sentiu vontade de quebrar o despertador em pedaços ao ser por ele exilado da terra onde tudo é possível?
Vem então a melancolia por ter perdido um sonho agradável e se encontrar na enfadonha e rotineira Realidade, plano existencial onde conhecemos a vilania dos seres corrompíveis, egoísticos e intolerantes. O desejo de se elevar à terra dos sonhos é o que se revela.
Eis um poema dedicado a todas as vítimas de um injusto nível de realidade:


Por que dos sonhos da sublime terra
À Realidade vil, desconhecida,
Saltar, tentando encontrar esta vida
Na qual todo bom devaneio encerra?

Para onde foram os nebulosos leitos?
Caímos nas profundezas horrendas
Nas quais rubras chamas jorram das fendas
E dos abismos rútilos, estreitos.

Às alturas não voltaremos mais:
Agora são soturnas abissais
Regiões que podemos vir a explorar.

Ah! Nunca mais hei de encontrar ensejo
De conseguir aquilo que desejo--
As longínquas terras chamar de lar!

domingo, maio 30, 2004

Nas Terras Desertas

Ninguém? Não há ninguém?
Aqui estamos nós, as almas perdidas nos vastos mundos desertos. O que aconteceu com a férrea Humanidade? Desintegrou-se? Não, sublimou-se, foi dispersada e, ao que parece, elevada aos planos eternos, deixando para trás os vãos medíocres.
Olhemos todos para o topo das Torres de Ferro! Haveremos de encontrar os mundos dos homens. Talvez nós mesmos possamos encontrar!
Por hora, isto É o que Há. A eternidade. Os ventos, a tempestade, a névoa onipresente, o abismo ignoto e o conhecimento. E o que mais? Ora, o que mais não sei. Talvez só uns sonhos, e algumas companhias inconsistentes.
Estamos sós! Todos os outros que vieram já passaram! Mas quem vai caluniar a solidão? Não é ela o nosso guia de amanhã? Sim, o amanhã, a eternidade!
Adiante! Vamos atravesar o Além, procurando a desvanecida Humanidade! Talvez nós mesmos possamos encontrar!