Solvet saeclum in favilla...
Sou eu quem vai falar; Deuses, ouvi-me
A voz, e bem elevada voz, pois
Sabeis (e bem sabeis) que não é crime
Gritar antes a quem ouve depois.
Deuses, é noite! É noite má e nefanda
Hoje, dia da ira, dia quando
Em cinzas queima a trilha de quem anda,
Sob chamas céus e terras queimando.
Deuses, maus e nefandos vós sereis?
Nem sei, não vos conheço, mas notai
Que conheço bastante as vossas leis--
Quem foi que as redigiu, o Filho ou o Pai?
Hoje, dia de ira, dia de chamas
Por todo o Panteão mau e nefando;
Tu, Panteão, que ao mundo vais e clamas
Enquanto rezo irônico, cantando.
Vós que sois magnos, vós que sois divinos
Deveis calar-vos sem a minha ajuda,
Ou de qualquer um que entoasse os hinos
Dizendo, ao fim do mundo, “Deus me acuda!”.
O que acontece, volta; O que acontece
Conosco o é convosco, Deuses, vede
O mundo e ouvi qualquer e toda prece;
Também é vossa a alheia fome e sede.
A voz, e bem elevada voz, pois
Sabeis (e bem sabeis) que não é crime
Gritar antes a quem ouve depois.
Deuses, é noite! É noite má e nefanda
Hoje, dia da ira, dia quando
Em cinzas queima a trilha de quem anda,
Sob chamas céus e terras queimando.
Deuses, maus e nefandos vós sereis?
Nem sei, não vos conheço, mas notai
Que conheço bastante as vossas leis--
Quem foi que as redigiu, o Filho ou o Pai?
Hoje, dia de ira, dia de chamas
Por todo o Panteão mau e nefando;
Tu, Panteão, que ao mundo vais e clamas
Enquanto rezo irônico, cantando.
Vós que sois magnos, vós que sois divinos
Deveis calar-vos sem a minha ajuda,
Ou de qualquer um que entoasse os hinos
Dizendo, ao fim do mundo, “Deus me acuda!”.
O que acontece, volta; O que acontece
Conosco o é convosco, Deuses, vede
O mundo e ouvi qualquer e toda prece;
Também é vossa a alheia fome e sede.
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