Sociedade das Almas Perdidas

Ultimamente não se vê por aí seres humanos; o que encontramos nas vastas terras são os profanos, habitantes das alturas de ferro, e fantoches, trancados nos quartos escuros por trás das cortinas que não querem remover. O que resta, então, são os hereges, as almas perdidas, rondando nos exterior das torres, em derredor do imenso campo enevoado. Onde estão as fronteiras? Onde está o limite? Quando se chega ao além, ao incognoscível?

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Local: Belém, Pará, Brazil

quarta-feira, outubro 06, 2004

Encruzilhadas-- Devaneio do Além

Meio antiga redação de colégio, sem contar a epígrafe:
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"Achei-me numa tenebrosa selva,
Tendo perdido a estrada verdadeira."

Meu primeiro passo, a encruzilhada inicial, foi igual ao de Dante, mas no meu caso não apareceu nenhum guia. Ainda assim, eu me sentia muito bem. Solitária deve ser a jornada, essa era a preferência naquele momento.
Perdi-me totalmente após sete minutos. Apressado, eu queria chegar logo, sem desperdiçar tempo. Desorientado, arrisquei um atalho para um nível alternativo. Passei a outro plano e fui caminhando sob uma fina chuva de granizo e fogo. Quando o odor sulfúrico se tornou bastante incômodo, busquei abrigo no fundo das gretas abertas no solo rubro.
Os submundos eram bem mais vastos, seus oceanos mais inquietos, lançando às alturas imensos redemoinhos de vento enquanto mergulhavam meteoros na imensidão insólita dos Mares.
Eu estava decepcionado-- queria chegar ao centro, porém caí nos subúrbios. Retomei a trilha original, pensando em rotas melhores. Segui o rumo diagonal: sempre acima e adiante, até as muralhas do mundo.